Minas Gerais já teve mar. Um mar raso, de uns 10 metros de profundidade apenas, que chegava até onde é hoje a região de Lagoa Santa.
Com pouco menos de 70 mil habitantes, o município de Januária, no norte de Minas Gerais, é conhecido hoje por suas cachoeiras, grutas calcárias e cachaças artesanais, cujas virtudes derivam, segundo os produtores, do clima e da umidade natural do solo local, bom para o cultivo de cana-de-açúcar destinada à fabricação da aguardente.
Sua posição geográfica estratégica, na margem esquerda de quem sobe o grande São Francisco, chamado de opará (rio-mar) pelos antigos índios da região, fez com que fosse um importante porto e entreposto comercial na época colonial. Vestígios de um passado muito mais remoto, quase imemorial e também marcado por uma relação íntima com as águas, acabam de vir à tona em pedreiras ainda ativas nos arredores da cidade.
Sua posição geográfica estratégica, na margem esquerda de quem sobe o grande São Francisco, chamado de opará (rio-mar) pelos antigos índios da região, fez com que fosse um importante porto e entreposto comercial na época colonial. Vestígios de um passado muito mais remoto, quase imemorial e também marcado por uma relação íntima com as águas, acabam de vir à tona em pedreiras ainda ativas nos arredores da cidade.
Minas Gerais já teve mar. Um mar raso, de uns 10 metros de profundidade apenas, que chegava até onde é hoje a região de Lagoa Santa. A cidade de Januária, no Norte de Minas na divisa com a Bahia era a ponta do litoral de Minas. Com o passar dos anos, a água foi cedendo, secando e deixando de existir, como mar.
(na foto acima, praia fluvial do Rio São Francisco em Januária, fotografado por Pingo Sales e na foto abaixo, também de Pingo Sales perna da bailarina, na Caverna do Janelão. Está no livro dos recordes como o maior estalactite do mundo, Caverna Janelão em Januária)
(na foto acima, praia fluvial do Rio São Francisco em Januária, fotografado por Pingo Sales e na foto abaixo, também de Pingo Sales perna da bailarina, na Caverna do Janelão. Está no livro dos recordes como o maior estalactite do mundo, Caverna Janelão em Januária)
Mas como ninguém lembra disso? Porque foi a 550 milhões de anos atrás. É o que garante uma equipe de geólogos e paleontólogos da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Em visita à região, a equipe encontrou encrustados em um paredão e outros afloramentos rochosos, pequenos fragmentos de animais marinhos do gênero Cloudina.
Para os cientistas, não resta dúvidas que eram restos de animais que viveram na Terra há cerca de meio bilhão de anos. Esses fragmentos estão espalhados em cerca de 300 mil quilômetros quadrados entre o Norte do Estado, a região das Grutas de Minas, Sete Lagoas, Lagoa Santa, Cordisburgo, etc até a Bahia, Goiás, Tocantins e Distrito Federal. (na foto abaixo, de Charles Tôrres, uma concha marinha, que só existe em mares, encontrada na Gruta da Lapinha em Lagoa Santa MG)
Para os cientistas, não resta dúvidas que eram restos de animais que viveram na Terra há cerca de meio bilhão de anos. Esses fragmentos estão espalhados em cerca de 300 mil quilômetros quadrados entre o Norte do Estado, a região das Grutas de Minas, Sete Lagoas, Lagoa Santa, Cordisburgo, etc até a Bahia, Goiás, Tocantins e Distrito Federal. (na foto abaixo, de Charles Tôrres, uma concha marinha, que só existe em mares, encontrada na Gruta da Lapinha em Lagoa Santa MG)
Essa é a prova, segundo os cientísticas, de que nesse raio de 300 mil quilômetros quadrados, existia mar, raso, de cerca de 10 metros de profundidade, se extinguindo ao longo dos milhões de anos, sendo o que é hoje Januária, a última praia desse mar, em Minas Gerais. (na foto abaixo, de Pingo Sales, detalhes das formações rochosas da Gruta do Janelão, nas Cavernas do Peruaçu em Januária)
A equipe
A equipe de pesquisadores e geólogos que fez a pesquisa é formada pelo geólogo Lucas Warren, hoje professor do Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE) de Rio Claro, da Unesp, mas que fazia pós-doutorado na USP, com bolsa da FAPESP, quando a descoberta foi feita, no ano passado. Além de Warren, a equipe contou com o geólogo Nicolás Strikis, doutorando da USP e um biólogo da cidade mineira, Hamilton dos Reis Salles.
Januária (na foto acima de Thelmo Lins) fica na região do Médio São Francisco, no Norte do Estado. Possui cerca de 70 mil habitantes e uma rica história.
Com seus três séculos de existência, é uma cidade com um valioso patrimônio histórico e cultural. Possui belíssimas paisagens, com formações rochosas impressionantes e lindas cachoeiras.As tradições culturais mineiras como o Reinado, Folia de Reis e Cavalhadas são especiais e sempre valorizadas no município.
O artesanato local é maravilhoso (foto do artesanato feito por Pingo Sales). São diversos artistas que fazem arte com argila, bordados, tudo. Um artesanato que valorizada a cultura e tradições do povo local. A culinária é rica, já que a culinária de Minas.
Sua cachaça é famosa, principalmente a oriunda de seu mais famosos distrito, Brejo do Amparo. Cachaça em Januária é tradição familiar e a qualidade e sabor, reconhecido nacionalmente. (na foto abaixo, de Pingo Sales, barcos de pescadores ancorados no Rio São Francisco)
Januária tem o privilégio de ser banhada pelo Rio São Francisco. No período colonial a cidade era um importante porto entreposto comercial. As mercadorias seguiam o rio para o litoral, através do Rio São Francisco. Hoje, as margens do Velho Chico, onde existem várias praias fluviais, que garante a diversão de seus moradores e turistas
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